quinta-feira, 29 de julho de 2010

Páginas Escolhidas







Oliveira Martins







Poucas individualidades haverá que representam mais completamente a história do que Alexandre, e nenhuma que de um modo tão acabado venha consumar os destinos marcados pelas circunstâncias à vida de uma nação.Por isso a história viu sempre em Alexandre o primeiro dos seus heróis. A deslumbrante violência com que, rompendo as fronteiras da Grécia antiga, e alargando o Império Helénico pelo mundo então conhecido, satisfaz os inconscientes desejos dum pensamento já demasiado largo para os limites da anfictionia histórica; o modo por que realiza na história política e militar as ideias gerais (...)

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Roteiro da Cidade de Deus







M. Alves de Oliveira






O estado "paradisíaco" em que foi criado o primeiro casal humano tem como característica essencial a familiaridade com Deus, inerente ao destino sobrenatural a que Deus destinara os homens, isto é, à participação da própria vida divina. Orientados para a visão beatífica, os nossos primeiros pais mantinham, desde o oinício, relações de amizade com Deus, em virtude dos dons de santidade e justiça - não devidos à sua natureza humana - e aos quais estavam unidos os dons da imortalidade corporal e o perfeito domínio das paixões (...)

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Górgias






Platão





Sócrates - Muito bem. Ora, uma vez que te apresentas como alguém versado na arte da retórica e capaz de formar outros oradores, diz-me qual é o objecto da retórica. A tecelagem, por exemplo, trata da fabricação do vestuário, não é verdade?

Górgias - Trata.

Sócrates - E o objecto da música é a composição de melodias?

Górgias - É

Sócrates - Por Hera, Górgias, admiro as tuas respostas, que mais breves não podiam ser.

Górgias - Também creio, Sócrates, que não me saio disto nada mal.
(...)

terça-feira, 6 de julho de 2010

Comentários Reais







Inca Garcilaso de La Vega





(...)
O Inca Manco Capac, ao mesmo tempo que fundava os seus povoados e ensinava os seus vasssalos a lavrar a terra e a construir casas, a tirar acéquias e a fazer as demais coisas necessárias à vida humana, ía-os instruíndo na urbanidade, companhia e fraternidade que deviam fazer uns com os outros, conforme ao que a razão e a lei natural lhes ensinavam, convencendo-os com muita eficácia de que, para que entre eles houvesse perpétua paz e concórdia e não nascessem rancores nem paixões, deviam fazer com todos o que quisessem que todos fizessem com eles; porque não se permitia querer uma lei para si e outra para os outros.