quarta-feira, 17 de outubro de 2007

As Palavras dos Outros


Batista-Bastos



Rosa e Júlia Ramalha:Barristas



As mãos moviam-se no barro e eram lestas e seguras. Começaram por o distender com as palmas, depois os dedos funcionaram como se estivessem consagrados a uma delicada renda de bilros. Lentamente, o barro adquiria formas. Sobre as madeiras puídas da mesa longa, uma Bíblia sem capa, um transistor inútil e Cristos mutilados e alminhas imperfeitas. E harpias e ciclopes secos no forno, mordidos pelo sol.
- Porquê estes bichos?
- Sonho muitas vezes assim. depois faço os sonhos no barro.
(...)

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