Bernardim Ribeiro
(...)
Levava-a após si a água e as folhas após ela, e quisera-a eu ir tomar; mas pela corrente que ali fazia e pelo mato que de ali para baixo acerca do rio logo estava, prestamente se alongou da vista.
O coração me doeu tanto então em ver tão asinha morto quem dantes tão pouco havia que vira estar cantando, que não pude ter as lágrimas.
Certamente que por cousa do mundo, depois que perdi outra cousa, me não pareceu a mim que chorasse de vontade; mas em parte este meu cuidado não foi em vão, porque ainda que a desventura dessa avezinha fosse tão de minhas lágrimas, lá ao sair delas foram juntas outras muitas lembranças tristes.
(...)
Sem comentários:
Enviar um comentário