segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Memórias das Minhas Putas Tristes






Gabriel García Márquez






(...)
A quem me pergunta respondo sempre com a verdade: as putas não me deixaram tempo para ser casado. No entanto, devo reconhecer que nunca tive essa explicação até ao dia dos meus noventa anos, quando saí da casa da Rosa Cobarcas com a determinação de nunca mais provocar o destino. Sentia-me outro. Fiquei mal disposto por causa dos tropas que vi postados nas grades de ferro que rodeavam o parque. Encontrei Damiana passando o pano pelo chão, de gatas na sala, e a juventude das coxas na sua idade provocou-me um temos de outra época. Ela deve tê-lo sentido porque se tapou com a saia.(...)

Sem comentários:

Enviar um comentário