Eça de Queiroz
(...)
Em Lisboa a vida é lenta. Tem as raras palpitações de um peito desmaiado. Não há ambições explosivas; não há ruas resplandecentes cheias de tropéis de cavalgadas, de tempestades de ouro, de veludos lascivos: não há amores melodramáticos: não há as luminosas eflurescências das almas namoradas da arte: não há as festas feéricas, e as convulsões dos cérebros industriais.
Há escassez da vida; um frio senso prático. (...)
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