José Jorge Letria
Que dia é hoje? Há quantos dias aqui procurámos abrigo, talvez da chuva, talvez do frio, talvez dos medos sem nome e sem rosto que povoam a noite?
Devias ser tu a velar por mim, mas eu fico de vigília, temendo que me privem da tua companhia, que é a única com que eu ainda conto, e é sempre tão eterna e tão envolvente.
Vá, dorme descansado, que amanhã, uma vez mais, nada teremos de fazer, a não ser deambular pela cidade em busca de coisa nenhuma, passeando a nossa liberdade de seres indocumentados e sem compromissos de nenhuma espécie. O nosso único compromisso é ir vivendo, eu por ti e tu por mim, como se fôssemos mosqueteiros com um lema romântico para honrar.
(...)
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