terça-feira, 10 de julho de 2007

Fiesta


Ernest Hemingway



No fim da escada saímos para a rua pela sala de jantar do primeiro piso. Um criado foi buscar um taxi. Estava calor e muita luz. Ao cimo da rua havia um pequeno largo arborizado e arrelvado, onde havia uma praça de taxis. Um taxi veio pela rua, com o criado empoleirado ao lado. Dei-lhe uma gorjeta e disse ao motorista por onde havia de ir, e sentei-me ao lado de Brett. O motorista começou a subir a rua. Recostei-me. Brett chegou-se a mim. Íamos muito encostados. Passei-lhe o meu braço e ela descansou confortavelmente em mim. Estava muito calor e a luz era muita, e as casas eram violentamente brancas. Virámos para a Gran Via.
- Oh, Jake - disse Brett -, podíamos ter passado juntos uma vida bestialmente boa!
À nossa frente, um polícia montado, de caqui, dirigia o tráfego. Levantou o bastão. O carro travou de repente, apertando Brett contra mim.
- Sim - disse eu.- Pois não é bonito pensar nisso?

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