Manuel da Fonseca
“- Pois é verdade… Isto deu uma grande volta… Aquela raça dos lavradores antigos acabou-se… Os de hoje, se muito têm, mais desejam. Moram nas vilas, põem casa às amantes na cidade, não dão um passo sem ser de automóvel, inventam festas, não há cinemas nem teatros a que faltem. E para um estadão destes é preciso dinheiro e mais dinheiro. Nunca se fartam. Por isso é que eles açulam os feitores às canelas do pessoal, que nem o deixam respirar. Agora é tudo à má cara e de relógio na mão.
Júlia curva-se, movendo a cabeça.
- Uns tão ricos e outros sem nada… Até devia haver uma lei contra isto.
- Haver o quê?!... Estás parva. Pois se os ricos é que fazem as leis!”
Júlia curva-se, movendo a cabeça.
- Uns tão ricos e outros sem nada… Até devia haver uma lei contra isto.
- Haver o quê?!... Estás parva. Pois se os ricos é que fazem as leis!”
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