domingo, 14 de fevereiro de 2010

Os Cadernos de Dom Rigoberto







Mario Vargas Llosa







(...)
- Nunca - disse ela, com firmeza. - Nunca te perdoarei o que fizeste, malvado. Porém, contradizendo as palavras, os seus grandes olhos escuros reconheciam com curiosidade e uma certa complacência, talvez mesmo ternura, a frisada desordem daquela cabeleira, as veiazinhas azuis no pescoço, as orlas das orelhas a assomarem por entre as madeixas loiras e o corpinho airoso, enfiado no casaco azul e nas calças cinzentas do uniforme. As suas narinas aspiravam aquele cheiro adolescente a desafios de futebol, fruta e gelados d'Onofrio (...)

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