Urbano Tavares Rodrigues
A melhor leitura reflecte sempre o real, mas acontece que em certos livros, fascinantes, em vez de nos mostrarem a aparência, em suas relações de causa e efeito, aparentam a realidade em devir, a sua incubação, ou tentem mesmo rasgar a cortina do futuro, transitando, pela via do cognitivo, do verificável ao suponível, através da alegoria, da premonição, do símbolo e do mito. É o caso de "Objecto Quase", livro de contos de José Saramago em que certos textos, como, por exemplo, "Coisas", são politicamente elaborados como demonstrações do presente no futuro e do futuro no presente.
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