Joaquim Paço d'Arcos
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No ambiente sereno, um pouco dormente, do antiquário famoso, as palavras eram quase ciciadas, os gestos escassos, as emoções anuladas. Eu quisera levar àquela sala a sombra de Byron; retorquíam-me com a sua cotação comercial. Não que Mr. Lorant e seus estranhos comparsas fossem insensíveis ao valor daquela evocação; ao contrário, eles eram, na cidade chaguentadum materialismo supurado, os últimos guardiães da riqueza espiritual das coisas antigas e raras que do passado vieram até nós. Folhearam com voluptuosidade o volume que, pertença do poeta, encarquinhara as páginas, em Missolonghi, com a dor do seu último gemido; chamaram, para que admirasse a relíquia, aquela mulher curiosa doutros livros.(...)