Chico Buarque
(...)
A garota surge correndo pelas minhas costas e atira-se no pescoço da mãe. Usa uniforme escolar, lancheira amarrada nos ombros e tranças de maria-chiquinha. Minha irmã dá-lhe um beliscão nas bochechas, senta-a nos joelhos e faz cavalo maluco, faz cosquinhas nos sovacos, beija neijo de índio e vira a narciana de um olho só. Elas colam perfil contra perfil e quedam horas assim, uma querendo ser a cara da outra. A menina diz "agora chega", pula para o chão, avança no cream cracker e por acaso nota a minha presença.(...)
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