sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Matéria Solar


Eugénio de Andrade



Sei de uma pedra onde me sentar
à sombra de setembro quase no fim.

Havia ainda as mãos, mas tão cegas
que nenhuma encontrará o sol.

É o que têm: desejo de tocar
o barro ainda quente do silêncio.

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